sábado, 25 de dezembro de 2010

Pensando bem
Em tudo o que a gente vê, vivencia, ouve e pensa...
Não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar
É, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho,
Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas.
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor.
A pessoa errada vai ficar alguns dias sem te procurar
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada é, na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos fazendo vocês esquecerem o que passou
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% dentro do seu coração
E também vai estar o tempo todo pensando em você.
Todo mundo um dia tem que ter uma pessoa errada
Porque a vida não é certa. Nada aqui é certo.
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando,
agindo,querendo,conseguindo
E só assim é possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade tudo o que ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada
Pra que as coisas comecem realmente a funcionar direito pra gente...

Luis Fernando Veríssimo.
Amor é só o que você já estava podendo.
O que você fez com esse pouco que virou nada?
Com o muito que poderia virar?
Eu aleijada, engessada, roxa, estropiada, quebrada, estou na porta, esperando você, por favor, me ensina, o que fazer, vou fazer o mesmo com o meu.
Vou mandar junto com o seu. Nosso amor pro inferno, longe, explodido, nada.
 
Tati Bernardi
Ele pode estar olhando as suas fotos . Neste exato momento . Porque não ? Passou-se muito tempo . Detalhes se perderam . E daí ? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz . Escondida . Sem deixar rastro nem pistas . Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças . As boas . Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você . Todos os dias . E ainda assim preferir o silêncio . Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros . Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes . Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta . Não há escape . Talvez ele perceba que você faz falta . E diferença . De alguma forma, numa noite fria . Você não sabe . Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris . Talvez ele volte . Ou não .
 
Caio F.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

1 - Sou sentimental demais .
2 - Choro por tudo: Raiva, emoção, tristeza, e até de rir.

3 - Só durmo de bruços.
4 - Sou tímida.
5 - Sou viciada em música, chocolate.
6 - Eu consigo passar o dia dormindo.
7 - Não sou fã enlouquecida de ninguém.
8 - Quando estou triste, ouço músicas tristes.
9 - Sinto ciúmes facilmente, e quando sinto…
10 - Minha sinceridade ainda vai me render uma boa surra.
11 - Morro de ciúmes mas não falo.
12 - Quando eu pego birra por alguém não tem santo que mude.
13 - Sou apaixonada pelo Rio de Janeiro.
14 - Sou flamenguista.
15 - Se gosto de uma música, escuto ela até enjoar.

16 - Adoro manga.
17 - Já fui fã da xuxa .
18 - Amo chocolate e como um todo dia.
19 - Adoro achar trechos de musicas que combinem comigo.
20 - Sempre acho que algumas indiretas são pra mim.
21 - Amo o frio, amo o calor.
22 - Se fosse pra ter escolhido, gostaria de ter um irmão mais velho.
23 - Queria poder conhecer viajar todo o Brasil indo visitar meus amiguinhos.
24 - Acho uma idiotice ser fã dos colírios da Capricho.
25 - Mas acho o Federico Devito muito legal.
26 - Eu perco muita gente facilmente.
27 - Tenho a péssima mania de descascar esmalte com a unha.
28 - Meu pai e eu temos o mesmo gênio.
29 - Minha mãe é a minha força, minha base, minha razão.
30 - Minha irmã (o) é o máximo, a (o) amo demais.
31 - Sou apaixonada pela minha cachorra .
32 - Queria ter mais um irmão (a) .
33 - Adoro ver xuxa e brincar com ela.
34 - Ainda não sei que carreira seguir.
35 - Tenho uma paixão incondicional pelo nome Caio.
36 - Se pudesse escolher, teria uma menina na minha primeira gravidez.
37 - Firework é a minha música, eu não divido com ninguém.
38 - Tenho mania de me sentir sozinha.
39 - Demoro pra responder no MSN às vezes.
40 - Odeio o Christopher Uckermann.
41 - Falo gírias de internet, na vida “real” e as pessoas ficam sem entender.
42 -Tenho facilidade em pegar manias e gírias.
43 - Roía as unhas, parei.
44 - Gostava mais do meu sorriso antigamente.
45 - As músicas que eu mais ouço, é porque geralmente me lembram alguém.
46 - Horas iguais no relógio me perseguem e eu costumo acreditar nelas.
47 - Pequenas coisas me marcam demais.
48 - Tenho facilidade em guardar datas de coisas importantes.
49 - Sempre que essa data chega, sendo boa ou ruim, eu lembro.
50 - Costumo ficar vendo coisas antigas e morrer de saudade.
51 - Eu amo escrever: frases, pensamentos, fanfics, poemas.
52 - Queria saber o que realmente passa na cabeça de algumas pessoas.
53 - Eu já me apaixonei por melhor amigo e me arrependo disso.
54 - Já vivi um amor de verdade.
55 - Tenho paciência até demais.
56 - Me esforço pra ser uma pessoa melhor.
57 - Sou muito intensa em absolutamente tudo que me diz respeito.
58 - Muita gente diz que me achava futil antes de me conhecer.
59 - Algumas pessoas não falaram muito comigo depois de me conhecer.
60 - Outras passaram a me amar.
61 - Por mim todo final de semana eu iria ao cinema.
62 - Sempre sonho com tragédias depois de ver CSI e filmes de terror.
62 - Acredito em Deus.
63 – Sou a diferente da família em todos os aspectos.
64 - Adoro esmaltes escuros.
66 – Eu amo cantar e quero aprender tocar violão/bateria.
67 – Embora seja cheia de cuidados, tenho um espírito independente.
68 - Falo alguns palavrões, mas estou tentando parar.
69 - Sinto falta de muita gente da minha antiga escola.
70 - Eu sinto nojo por 25% das pessoas da minha antiga escola.
71 - Odeio domingo.
72 - Não tem nenhum outro dia da semana que eu odeio mais que domingo.
73 - Odeio acordar cedo.
74 - Quando estou triste, não ouço muitas musicas alegres.
75 - Tenho forms.
76 - Me apego muito facilmente às pessoas.
77 - Sempre acho que meus sonhos têm avisos.
78 - Minha cabeça esquece mais rápido que meu coração.
79 - Deixo tudo pra última hora, sempre.
80 - Sempre penso que era feliz e não sabia.
81 - Homem cheiroso sempre chama minha atenção.
82 - Acho ridículo garota fútil que precisa de status pra ser feliz.
83 - Não consigo controlar meus comentários, principalmente maldosos.
84 - Sou completamente apaixonada por perfumes masculinos.
85 - Just The Way You Are é a música mais linda do mundo, não adianta.
86 – alguns garotos só me deram bola depois que eu não os queria mais.87 - Sinto falta de ficar na rua jogando, e brincando.
88 - Adoro bancar a idiota pra cima de gente que se acha esperto.
89 – Primeiro vem as implicâncias, depois vem a amizade ou o amor. Isso é lei.
90 – Tem pessoas que só de olhar eu já sei se são confiáveis ou não.
91 - Odeio meus defeitos, quando encontro nas outras pessoas.
92 – Conto pros meus melhores amigos, quando estou apaixonada.
93 - Minha familia é tudo pra mim.
94 - Amo o nome Ananda e Isabella e que  minha filha tenha um desses nomes.
95 - Pessoas efusivas demais, me soam falsas, muitas vezes.
96 - Sou idiota, quieta e boazinha.
97 - Se não fosse tão pessimista, seria mais feliz.
98 - Detesto criança mimada e cheia de chilique.
99 - Confesso que sinto uma saudade enorme de pessoas que não merecem.
100 - Estou com sono.
' Tinha esquecido do perigo que é colocar seu coração nas 
mãos do outro e dizer: toma, faz o que quiser. '


  - CaioF.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Você é uma possibilidade minha, menino. Possibilidade não verbalizada. Como um sentimento sem nome, feito de uma palavra estranha. Palavra que nunca vai caber em dicionário nenhum, e que ninguém nunca vai inventar. Repetição? Sim. É que eu tento apagar, eu minto pra satisfazer tuas vontades, te pedindo pra não vir. Mas você fica. E vai sempre ficar. Continua existindo, musicado. O inevitável dança aos meus olhos. Aí chega a hora em que distribuo um segredo: o tudo que faltava, talvez seja você. Digo e vou dormir, sem sonho, mas dentro dele.

Sempre, Caio F.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Vai, me diz o que realmente quer de mim?
Hoje resolvi não escrever textos bonitinhos,
pra agradar a seu zé ninguém.
Hoje vou desabafar.
Abre os olhos e fecha a boca.
E escuta, que eu vou falar.
É que acontece tipo assim
"eu te gosto, mas odeio o modo como você age."
ou "gosto do seu cheiro, não de você."
E até mesmo um "odeio quando você finge que não existo."
e aí, essa é a hora que dá a dor no coração.
Gosto quando você me olha, me encara
e escancara o que sente.
De contrapartida, odeio quando a grosseria encarna em teu ser
e desconta em mim,
o que eu nem sei bem, se é bem assim.
Eu não vivo só de gostar.
Nem de odiar, também.






Vivo no meio-termo.
Parece ter sempre algo a me contar
Não sei se são as mesmas coisas
O que tens, não se sabe falar

Enrola, dissimula, dá meia volta
Finge que esqueceu
Só para me fazer pensar

Hoje tentou se aproximar...
O que há de tão importante
Demonstra num olhar lhe bastar

Vigia-me a noite inteira
Faz festa, embesta, diz besteiras
Quando consegue me alcançar

Vejo se esforçar: tenta e se cala
Não queria que fosse tão longe
No teu bolso, a chave da minha casa

Você me achava engraçada. E isso era a coisa mais doce que alguém poderia sentir por mim. Você tava sempre rindo do que eu fazia, mesmo que isso muitas vezes me deixasse sem graça. Você me permitia ser eu mesma. E você gostava de mim mesmo eu sendo assim. Você me achava inteligente. Eu sempre quis que achassem isso de mim. Quando eu via as garotas mais bonitas e não tinha como competir com elas, eu decidi que tinha que ser interessante. Eu sempre tava desesperada atrás de assunto, atrás de saber tudo sobre tudo só pra ter algo pra distrair as pessoas.Você me achava bonita. Eu sempre fiz de tudo pra me esconder, pra ser invisível, e você sempre me via. Eu achava que o mundo não podia me ver como eu sou. Quando eu olhava no espelho, eu só via um coração fragmentado e um rosto desfigurado. Eu era uma obra-de-arte inacabada e por isso eu sempre me cobria. Você me achava meiga. Dá pra acreditar? Eu, que sempre quis ser a forte, a durona e a insensível, não passava de uma garotinha meiga e cor-de-rosa. Você sempre soube me fazer chorar de alegria. Ninguém mais sabe fazer isso.Você me achava forte. Mas eu nem era tanto assim. Eu sempre vesti minha armadura na frente de estranhos. Eu usava uma máscara que me impedisse de ver meu rosto desfigurado. Nem você chegou a me conhecer de verdade. Você me achava diferente. Isso era o máximo. Depois de tanto odiar essas garotas produzidas em série, eu poderia dizer que não era como elas e ainda ter uma testemunha. Quando eu, aos 15 anos, não me encaixava em lugar nenhum, inventei que era “diferente”. Ouvi umas cinco ou seis bandas estranhas, li uns livros cult, aprendi coisas sobre o mundo e não quis saber de salto alto e maquiagem. Você me achar diferente foi o reconhecimento de todo esse trabalho.E por incrível que pareça, você me achava única e mesmo assim preferiu outra garota. Mas eu entendo você. Se perdê-la, vai ter uma dúzia igual a ela em qualquer esquina.Deve ser mesmo difícil me perder.
Não, não tenho muito para mostrar, mas sim, tenho tudo para oferecer.
Não será pela minha aparência que você vai me amar, mas por tudo o que guardo exclusivamente para os que amo. Posso não ser a garota mais bonita do pedaço, mas no meu mundo eu sou o máximo, e você não precisa participar dele se não quiser.
Vou andar descalça por ai, cabelos ao vento e sorriso nos lábios, sem me importar com as pessoas nos carros, e sim com aqueles que, como eu, preferiram ficar à pé.
Não vou mais ser estepe, muito menos extintor de incêndio (somente em caso de emergência). Cansei dos músicos, dos poetas e dos jogadores. Vou fazer minhas melodias, meus versos e ser meu próprio troféu, afinal minha companhia é a melhor, e eu mesma decidi isso.
Não preciso mais correr para achar paz: ela me veio quando eu parei de resistir ao fluxo do universo ao meu redor... Não me aterei mais aos troncos no rio, mas a vida debaixo dele; e sinceramente, você não precisa fazer parte de mim se não quiser...
Os seus atos contradizem suas palavras.
Aquele olhar exato contradisse tudo o que disse.
Nesse tempo todo eu aprendi muita coisa sobre você, tantas que talvez nem imagine.
Todo aquele desespero passou e pela primeira vez estou vendo o céu sem tantas nuvens.
E eu ainda afirmo, os seus atos contradizem suas palavras.
Você não tem noção do quanto isso basta pra mim.
Não, eu não vou fazer absolutamente nada.
Queria sim que você tivesse os meus olhos agora, mas não vou forçá-los contra sua face, pois jamais serão seus.
As escolhas foram feitas, soframos as conseqüências.
"Eu preciso muito muito de você, eu quero muito muito você aqui de vez em quando, nem que seja muito de vez em quando. Você nem precisa trazer maçãs, nem perguntar se estou melhor, você não precisa trazer nada, só você mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone, basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio, juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro. Mas eu preciso muito muito de você."
 
Caio F. Abreu
'Agora não da mesmo pra ser feliz, é impossível. Mas quem disse que a gente precisa ser sempre feliz ? Isso é bobagem. Como Vinícius cantou "é melhor viver do que ser feliz". Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doi demaais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar'


Caio F. Abreu

domingo, 19 de dezembro de 2010

É só medo. Só por isso você ainda está aí,parado, medindo, somando, procurando. Levanta desse chão frio e engole esse choro. Chegou a hora de entender: essa sua vida não tem asas, tem apenas peso. As asas quem tem é a tua alma que provavelmente deve estar sucumbida dentro de você. Deixa tua alma livre e liberte-se também. E, por favor, não venha me dizer que chegou àquele ponto em que a vontade de acreditar é a própria desgraça, pois eu sei que suas construções são bem mais sólidas que isso e tenho certeza de que ainda não conseguiu chegar aos limites da sua própria fé. Conheço seu jeito acanhado de renunciar, mas conheço mais ainda teu jeito descarado de abraçar suas escolhas e protegê-las dos imprevistos violentos que às vezes cruzam teus caminhos.
Eu agora te digo com essas palavras emprestadas - pois não tenho a pretensão de alguém que diz construir palavras - que amanhã teu hoje será perdido e você precisa decidir de que forma perdê-lo. Então escuta quando o Camelo diz para que cuide do teu e ninguém te jogue no chão. Ouve o vento conversando com você e aprende a contar-lhe histórias também. Molda um dia novo e desenha-se dentro dele, usufruindo de seus ares, suas cores, seus sabores e seus amores, que amanhã é a sua chance. Rasga com os olhos, lúcidos e cheios de alento, o véu da aurora e corre, corre até seus pulmões implorarem para que pare, até seu corpo pedir com força . Alcança logo essa sua pobre alma e - te alcança também-  lhe dê,enfim,  a tão aspirada liberdade ousada de alma.

- Você vê aquele narizinho em pé? Puro medo camuflado.
Quando chega a noite ela corre para os seus cobertores e, com a cabeça coberta sob o travesseiro, chora a noite inteira. Esse ar de mulher decidida é mais descartável que aquele cara bonitinho que a levou ao cinema ontem, e aquele andar confiante e firme, apesar dos saltos finos, é resultado de muito ensaio e observações.
Dia desses a ouvi cantar "nosso estranho amor" no chuveiro. Até Caetano choraria com  aquela voz que oscilava de tanta emoção, e a moça, tal como Timóteo, corava diante do espelho ao perceber que se expunha demais. Pois assim tem sido : sucumbiu-se tanto que até já perdera-se de vista. Grosso modo, com incúria em demasia, havia deixado-se cair em alguma parte do caminho. E tudo por não conseguir pronunciar palavras que impliquem necessidades, por não conseguir gritar para ela e para o mundo tudo que borbulha na garganta , ou, simplesmente,  por não caber nos braços de ninguém e fechar os seus próprios para que ninguém ouse encaixar-se neles.
E aqueles sorrisos escandalosos todo sábado à noite? Ela vive dizendo que é só uma forma que encontrou de libertar-se aos poucos e que, o seu segredo, sua alma, ou seu eu-incógnita - como costuma chamar - não irá escapar nesse ínterim.
Pobre moça... mal sabe ela que não se pode conhecer alguém através de sua (auto)biografia, mas que um sorriso,ah esse sim, consegue expressar-se em sua simplória  mudez.
Olha só, escuta bem. E tem que ser olhando nos meus olhos daquele jeito que você sempre faz...Não é porque eu to numa crise existencial dessas típicas de adolescentes-pseudo-sabem-tudo. Nem é porque eu sonho, invento, reinvento e crio mentalmente tudo aquilo que por agora é impossível se fazer. Muito menos porque a liberdade que eu tanto almejo sequer se aproxima da realidade. Não porque eu "não tenho porra de ideal algum e só quero ser feliz, cara." Não é nem por falta de entusiasmo. Não é bem por achar que esse mundo meu é uma uma utopia , sabe?
Chega um pouco mais perto de mim... encosta as suas mãos nas minhas e presta bem atenção porque vou dizer bem baixinho para que você possa continuar a ouvir as batidas do meu coração:
É só que com você tudo ficaria mais fácil, entendes? E as coisas seriam tão concretas feito tijolos sobrepondo massas e erguendo muros.
Percebe como isso soa amargo?

Pra falar a verdade, prefiro deixar que a esponatenaidade se sobressaia. O abstrato sempre me interessou mais.
E, agora, se não for lhe pedir demais, continue olhando pra mim. Não se importe caso esteja sendo profunda demais: só me incomodo com o superficial.
Tenho vontade de te dizer palavras bonitas - quaisquer que se arranjem a fim de literalizar essas coisas lindas que ando pensando sobre nós. Quase utópicas. Quase, está bem? É um tipo de utopia-às-avessas. E se esse termo não existe que surja agora. Explico: Pensamentos-coisas-vontades-desejos tão lindos que parecem de mentirinha - só parecem, não são. Daí a incoerência. Daí a utopia meio à la Caio F, então, porque "dane-se, comigo sempre foi tudo ao contrário".

Recuo, porém. Talvez tarde. Não sei enxergar a linha tênue entre o bonito e o ridículo quando o coração se torna parte do sujeito.
Sintetizo. Corto uma palavra ou outra, rabisco alguns sentimentos, espremo as emoções e tento não parecer piegas demais. Ainda assim as borboletas no estômago mandam lembranças - é que eu adoro quando você encosta o seu sorriso no meu.
É difícil passar pro papel o que tá no coração. Tenho tentado.
Mas se queres que lhe adianto, digo: é bom, bom mesmo. Coisas muito boas de serem sentidas - só não sei se a realidade permitiria. Acho que é aí que eu travo, sabe? Bem quando me dou conta que talvez essas coisas que venho sentindo não sejam coisas que se sintam de fato - digo, sentimentos. Fica um pouco feio dizer assim. Quero dizer que, em vez disso, podem ser flores pra enfeitar o jardim morto. Quase como se colocássemos um girassol - desses bem amarelos - no meio de uma grama não aparada, sem vida, quase cinza... sabe? Como se no meio de qualquer pesadelo esse pontinho amarelo chegasse como uma possibilidade de esperança - ou alguma coisa tão bonita quanto essa palavra, esperança.
Então deve ser assim que eu te vejo. Um eufemismo no meio de tanta verdade. A utopia alcançável no meio do impossível - bem contraditório assim mesmo. Meu girassol. Sim, quero que sejas meu girassol - e não é preciso que digas sim ou não, você simplesmente é. Eu te inventei e te acredito assim, então serás enquanto eu quiser. Sempre, quero dizer - desacreditar é coisa que não se faz. Não faço. Não façamos.
Ah, e uma pergunta - essa flor, essa doçura no meio da amargura feito algodões nascendo entre cascalhos - que nome a gente dá pra isso, baby? Não imagino. Imaginas?
Enquanto isso torço para que nasçam muitos outros girassóis. Que possamos sê-los também.
Beleza, leveza, sutileza.Foram as primeiras palavras que imaginei.Rimaram, pensei sorridente, acreditando que era um bom começo.Escrever algo bonito era o maior objetivo,algo que se equiparasse a tudo que noto.Tentei reconstituir a cena.Lembrar do sorriso, do olhar, do jeito.Brilho! Foi tudo que consegui resgatar daquela tarde e de fato, o que eu mais notei dentre tantas boas características.Como brilha! Como tem luz em tudo que faz, como reflete essa luz aos olhares observadores como o meu, feito mágica. Muito mais que a beleza, essa beleza superficial. Lindo! Lindo sim, na natureza mais primitiva e essência máxima da palavra.Como explicar o meu encanto, de fundamento que até eu desconheço? Como adjetivar, caracterizar sem ser vaga, alguém que me fascina de tombar, como?Como agradecer a importância que já adquiriu na minha vida e a graça de menino que já coloriu meu preto e branco e fez toda a diferença.Como agradecer se faz sem querer. Se não ser flor, é fugir à sua própria essência
Apago a luz do quarto e tudo o que consigo ver são estrelas. Dei-me o trabalho de colocá-las no teto porque preciso sentir-me em um lugar mais bonito, e não é que está funcionando? Deito-me na cama e passo horas, até dormir, olhando para cima. E então uma delas me lembra você - a maior de todas. Sinceramente, nesse ponto não houve nenhuma mudança. Com ou sem estrelas eu penso em você, antes de dormir, nos intervalos em que acordo de madrugada e quando o despertador toca avisando para eu me levantar. Mas, voltando à estrela, ontem deu-me uma vontade de nomeá-la com o seu nome, mas eu não o fiz, não, nem farei, tenho medo que um dia aquela estrela caia e eu não consiga segurar. E você caindo do céu em que eu lhe coloquei eu não quero, não. Quem sabe se você fosse uma estrela cadente - que bobagem -, seria bonito lhe ver caindo em cor e no mesmo instante eu fazer um pedido, mas na realidade isso não existe porque o meu pedido é você. É você o meu maior desejo, meus pensamentos bobos, minha estrela e o lugar mais bonito em que eu me sinto bem.
Talvez você devesse saber, não só daquilo mas também dos sonhos, dos pensamentos, dos suspiros. É, talvez você devesse saber, mesmo que não compreendesse, e, se compreendesse, não entendesse. Talvez você devesse saber, mas não precisasse. Talvez você quisesse, no fundo eu queria que você quisesse saber, porque eu me faço perguntas e uma delas é se você também se faz. Talvez você devesse saber não só daquilo ou dos sonhos ou pensamentos ou suspiros, talvez eu pudesse te contar e as coisas mudassem, porque no fundo eu quero mudanças mesmo sabendo que algumas coisas não mudam, e esta eu realmente não quero que mude porque é uma das coisas mais bonitas em mim, senão a única, ou que já aconteceu na minha vida. Talvez eu também devesse saber caso você tivesse algo pra me contar, e , se eu não devesse, que te fosse suficiente o meu querer, porque eu quero saber, e se o meu querer não tem importância, que seja importante a minha necessidade. Talvez se você quisesse saber, talvez eu te contasse, talvez se você compreendesse ou aceitasse, talvez as mudanças acontecessem e, dado o fato, talvez aquilo que é bonito em mim ou na minha vida, até mudasse, ficando ainda mais, e talvez se você também me contasse, talvez eu pudesse te contar que.
- Frio não é?
- Pois é, senta aqui.
[Silêncio]
- Por que não consegue dormir Pri.. ?
- Não! Não fala meu nome! Essa noite teremos apenas apelidos.
- Tudo bem então, te chamarei de outono, sei lá, foi a primeira coisa que me veio na cabeça.
- Então te chamarei de inverno, não é tão original?
- Tão clichê.
- Tão brega.
E os dois riem.
[Silêncio]
- Sabe, eu tenho medo.
- Medo?
- É, você não sente medo às vezes?
- Claro que sinto, todos os dias, principalmente quando estou com.. ah deixa pra lá.
- Comigo? Era isso que você ia dizer?
- ... com frio! Mas com você também.
- Eu também.
- Com frio ou comigo?
- Os dois.
[Silêncio]
- Então, por que não consegue dormir?
- Não sei, fiquei pensando em algumas coisas.
- Que tipo de coisas?
- Não sei, coisas que me deixam maluco só de pensar, mas não tenho certeza de nenhuma dessas coisas que penso e que talvez, só talvez eu já sinta.
- Eu já sinto, e disso tenho certeza.
- Sente?
- Sim.
- O que?
- Ah você sabe, essas coisas que se sente o tempo todo, quer dizer, não o tempo todo desse jeito, às vezes tudo fica meio vazio, mas nesse momento eu sinto.
- Sente que gosta?
- Não sei.
- Você acabou de dizer que tinha certeza.
- Mas gostar a gente nunca tem certeza. Gostar é tão abstrato.
- Você tá me deixando confuso.
- Mais?
- É, mais. E esse medo, digo, frio, você tem sentido?
- Toda hora.
[Silêncio]
- Quer que eu vá buscar mais uma coberta?
- Não! Fica aqui.
[Silêncio]
- Será que é normal sentir esse tipo de coisa?
- Deve ser.
- Deve ser?
- É.
- Você já sentiu?
- Desse jeito assim, não.
- Eu também.
- Você também o que?
- Nunca me senti assim.
 [Silêncio]
- O que será que acontece?
- Quando?
- Quando a gente descobre que é mesmo amor.
- Deve dar frio...
- … e medo.
[Silêncio]
- Não queria morrer sem ao menos tocar alguém de verdade, sem fazer alguém sentir essa minha entrega, sem que alguém bebesse meus sonhos, sei lá, parece bobeira falando assim.
- Você não vai morrer tão cedo, fica tranquilo.
- Quem me garante?
- Eu te garanto, e eu sou o outono.
[Silêncio]
- Você geralmente não dorme ou é só quando eu venho dormir aqui?
- É geralmente quando chove.
- Tá chovendo?
- É então que eu penso mais.
- Eu penso em você quando chove.
- Só quando chove?
- Não.
[Silêncio]
- Se tiver chovendo amanhã a gente não vai poder jogar futebol.
- Nem andar por aí.
- Podemos assistir um filme.
[Silêncio]
- E se a gente perguntar pra alguém?
- Sobre o filme?
- Não, sobre o amor.
- Ninguém ia saber responder.
- Será?
- Não do jeito que a gente quer ouvir.
[Silêncio]
- Eu quero.
- Eu também.
[Silêncio]
- Tem um cigarro?
- A gente não fuma.
- Não?
[Silêncio]
- Essa coisa de inverno, de outono, por que disso?
- Não sei, não queria ter razão hoje.
- Acha que não existe razão nessas coisas de estações do ano?
- Bom, no nosso caso, os dois são frios, não são?
- E o frio não tem alguma razão?
- Pra existir.
- Pra existir?
- Amor, pra existir amor, precisa de frio.
- Sempre achei que fosse de calor.
- Também.
[Silêncio]
- Então um de nós não deveria ser o verão?
- Não necessariamente.
- Por que?
- Gosto do que não faz sentido.
- É, e eu gosto de coisas iguais.
- Então gostamos os dois da mesma coisa.
[Silêncio]
- O que falta então?
- Pra que?
- Pra conseguirmos dormir.
- Pra você eu não sei, pra mim falta parar de chover.
- Não está mais chovendo.
- Mas já vai começar de novo.
- E como você sabe?
- Eu sou o inverno.
[Silêncio]
- E se o inverno aprendesse com o outono a dormir mesmo quando chove?
- Então ele seria o verão.
- E eu seria a primavera.
- E continuaríamos iguais.
- E continuaríamos iguaisl.
[Silêncio]
- Me deu calor.
- Estranha essa mudança ?
- Tenho medo.
- Se não há frio, não há porque ter medo.
- Não é mais isso que me deixa com medo.
- O que é?
- Você.
- E o amor?
- E não é a mesma coisa?
[Silêncio]
- Vem comigo?
- Pra onde?
- Qualquer lugar onde faça frio e calor.
- Meu coração é assim.
- Assim como?
- Capaz das duas coisas.
- Todo o mundo é assim.
- Então vem comigo.
- Vou.
- E o medo?
- Passou.
- Por que?
- Porque agora é real, tenho certeza.
- O que te fez perceber?
- Não sei, toda essa história de estações do ano, de chuvas, de medos.
- Fez algum sentido?
- Não.
- Então?
- Bem por isso. Não preciso de razão pra estar com você.
[Silêncio]
- Me abraça?
- Te abraço. Te falei que você não ia morrer antes de tocar alguém.
- Não vale. Vamos dormir?
- Vai indo, vou tentar arrumar tudo isso.
- O que? Nem fizemos bagunça.
- Você que pensa.
A confusão logo some pra dar espaço pra outros tipo de perguntas. É besteira achar que os questionamentos humanos tem alguma diferença. É tão puro e ingênuo que assusta quem não sabe perceber no ar o que já existia a muito tempo dentro do coração.